AHMED YILMAZ foi o nome do meu taxista que me levou de Alanya a Antalya.
Ele é tipo machão turco que tive de negociar um preço justo para a pequena viagem de uma cidade a outra e no final acabamos nos tornando amigos.
Yilmaz é casado e tem dois filhos, e o trabalho de taxi veio da inspiração de seu pai, que na verdade fazia o transporte usando burros e cavalos. Eu percebi que ele adora seu trabalho quando disse para mim: "-O cliente paga e sou eu quem viajo. Passo por ruas novas todos os dias, e às vezes até saio da cidade. Tudo isso de graça! Você paga e eu passeio no meu carro."
O inglês do meu taxista foi o melhor que vi na Turquia!
Falamos sobre a política da Turquia, a energia solar, também sobre as inúmeras possiblidades (para o homem) no casamento do "mundo islâmico" (ele quer encontrar uma nova esposa) e a forma em que ele vê as mulheres. Ele perguntou para mim: "- Mas se você é casada, porque você tem que trabalhar? A minha esposa trabalha sim, mas ela lava minhas roupas, deixa tudo organizado em casa com as crianças e faz comida para mim todos os dias sem falta. E olha que eu adoro comer! Aqui as mulheres não precisam sair muito de casa, porque o trabalho delas está lá. Melhor assim, você não acha?".
Eu tive que explicar que minha realidade era um pouquinho diferente da dele, mas falei isso pisando em ovos, porque queria chegar em Antalya viva! :)
O Yilmaz não conhecia muito bem o caminho até Antalya, então ele foi parando quase a cada 10 kilômetros para pedir informação... e no intervalo entre uma pessoa e outra, um carro e outro, ele ficou me perguntando como era o Brasil, que adorava o futebol do meu país e que tinha sido a primeira vez que ele conhecia alguém com a minha nacionalidade!
Ha! Parecia até pegadinha... mas me diverti com o humor do meu taxista camarada até chegar no hotel onde passaria uma noite e no dia seguinte pegaria meu vôo de volta à França.
Por Bárbara Veiga.