quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Área industrial de Alanya

Como eu já disse no post anterior, meu objetivo na Turquia dessa vez foi para tratar de oferecer o devido trato ao meu veleiro antes de partir para minhas próximas aventuras esse ano. A verdade é que me dá a maior saudade de velejar, mas vai ficar para o ano que vem, já que 2010 já está tomado com outros trabalhos/ objetivos.


Essa é a área industrial de Sanayi! Não parece muito atraente, certo? Pois é, mas eu precisei ir aqui para comprar novas lonas para cobrir os painéis solares e o meu dingue. E que aventura!
Ninguém falava inglês ou francês e eu tive que procurar saber como se dizia "tarp" em turco e lá fui eu na minha missão para procurar "musamba" (como eles chamam aqui)! ! ! 

Fiquei indo de loja em loja, mas nada... até que finalmente depois de muita paciência e persistência, consegui encontrar uma lojinha que vendia coberturas sob medida. O meu único problema foi o preço que o vendedor queria me cobrar. Os olhos da cara!
Continuarei minha pesquisa, esperando conseguir cumprir essa meta antes de voltar a França.
:˚)

Fotos do Papaya:


Por Bárbara Veiga.


quarta-feira, 29 de setembro de 2010

FOTO DO DIA 6: Comerciante revela deficiência para vender bagel

Como a maioria dos turistas de Alanya são alemães ou russos fica muito fácil de ver os anúncios nas lojas e até mesmo o cardápio dos restaurantes nessas línguas.
Particularmente hoje, eu passei na rua por uma barraquinha que me chamou atenção. Ao invés de "churros", "pipoca" ou "empanadas" como anúncio, havia escrito em alemão: "Eu sou surdo e mudo"("Ich bin ein taubstummer"). 
Foi interessante de ver que esse comerciante preferiu atrair a atenção do público falando de sua deficiência para vender seu bagel (pão em forma de rosca ou anel) do que anunciar apenas o produto ...


Por Bárbara Veiga.

A FOTO DO DIA 5: ÔNIBUS TURCO

A foto do dia está sendo atualizada com certo atraso devido a minha ida a Turquia, passando primeiro por Antalya, depois Alanya.
Como no post anterior eu mostrava o metrô de Paris, achei bacana colocar como estou me transportando por aqui na Turquia. 
Pessoalmente, acho o ônibus turco o maior barato! Moedinhas de 1 lira espalhadas por toda parte, os motoristas não tem uniforme e dirigem como uns loucos aventureiros. 
Percebi também que pelo menos em Alanya por ser uma cidade pequena, quase todo dentro dos ônibus mundo se conhece. Na hora do desembarque sempre tem aquele cordial: "Até amanhã" aliado ao "Inshala"("Se Deus quiser").

A minha ida até Antalya & Alanya, dessa vez não foi para curtir o "verão" que ainda existe nessa época do ano... mas sim cuidar do meu veleiro, onde escapo entre umas viagens e outras. :)


E para terminar, a mulher do motorista que estava sentada do meu lado e apesar da timidez sorriu para mim o tempo todo. Obviamente ela não escapou do meu click! :p

Por Bárbara Veiga.






sábado, 25 de setembro de 2010

PARIS METRÔ

A foto do dia de hoje foi especialmente dedicada aos músicos do metrô de Paris!
Como eu adoro ver dos instrumentos mais exóticos, como harpa, flauta peruana e até cravo... aos instrumentos mais comuns de se ver, como gaita, saxofone, violão, baixo, violino.... 
A verdade é que todos eles quando bem tocados são bastante apreciados e aqui em Paris não é difícil encontrar bons músicos a cada parada nas estações de metrô.
Essa semana eu tive que usar bastante o metrô para resolver pendências antes de pegar meu avião para Turquia, então foi obviamente impossível ignorar tamanha musicalidade! Não apenas o som dos instrumentos os quais eu passava, mas o som dos passos e malas rolando sobre meus pés, dos passageiros ansiosos, das histórias de vida que cada um carregava e compartilhavam com os outros... hoje tudo soou interessante para mim!

Além dos sons subterrâneos usuais, o que mais me chamou atenção hoje foi uma dupla de peruanos que tocava flauta e violão. Era uma música típica de seu país, cheia de alegria e ritmo... daquelas que quando você vê está batendo o pé e quase levantando e batendo palmas para acompanhar o ritmo... e não poderia deixar de mencionar também uma ucraniana "baudoliste". 

Isso mesmo! Bandura é o nome do instrumento o qual me apaixonei! Ele foi inventado pelo compositor laudista italiano, Francesco Bandini. Ele queria fazer uma combinação entre o laúde e o salteiro e foi assim que saiu essa fantástica invenção. A primeira palavra que me veio foi "suavidade"! Me senti no paraíso !
Queria perguntar o nome dos peruanos(a minha velha mania de socializar, saber a história dos outros, aquela troca cultural, etc...), mas ao terminar de tocar eles sairam imediatamente, depois de ver que ninguém ia dar um trocado! Uma pena! 
Porém com a "baudoliste" eu tive a chance de falar, apesar de sua timidez extrema ao ponto de nem querer me olhar nos olhos. Seu nome é Ludmyla Klamar e ela deixou a Ucrania tem 20 anos. 

Esse foi realmente um fantástico fim de tarde. E eu juro que não me arrependi um segundo sequer ao abrir mão completamente do meu Ipod!


Por Bárbara Veiga.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A FOTO DO DIA 2: PARIS HOMELESS

No post passado eu comecei o projeto "A FOTO DO DIA" para compartilhar um pouco do que vejo no meu dia-a-dia, seja lá em que parte do mundo eu esteja. 
Comecei falando do romance de Paris nas mensagens de amor que estão por toda parte, mas hoje ao percorrer as ruas parisienses eu tive um sentimento um pouquinho diferente. 
A economia européia está visualmente decaindo com a massiva entrada de imigrantes(europeus ou não) e outros fatores decorrentes da crise mundial. 
Não importando o bairro em que eu esteja, do mais rico ao mais pobre, se vê um número enorme de pedintes pelas ruas. Acho interessante analisar que no meio de todo glamour na cidade da moda, existe uma deficiência social seríssima. A mendicidade já faz parte de Paris e são muitos os imigrantes que estão aqui sem o mínimo para começar uma vida digna. Eles chegam sonhando com uma vida iluminada, um teto e uma vida feliz para suas famílias.
Ao se depararem com o outro lado da realidade, esses mendigos se tornam automaticamente mais um "SDF", ou seja, sem domicílio fixo.
Com a chegada do outono os "SDF" se destacam e com o inverno. Muitos não conseguem suportar o frio e acabam morrendo pelas ruas mesmo, quando não são socorridos(geralmente é o que acontece). Eu me lembro bem disso porque quando morei em Paris estava na transição das duas estações... lembro que frequentemente tive problemas ao pegar o metrô que ficava interditado quando havia um suicídio.

Fotografei hoje o total de quatro pessoas. Eu tentei me comunicar com três delas, mas não tive sucesso. A primeira foi uma senhora de 80 anos. Eu a ofereci um café e deixei algumas moedas na sua chícara. Tudo que ela tinha era um pedaço de pão que ela deixou em repouso em cima de uma folha dejornal enquanto eu a fotografava e uma garrafa d`água.


Depois encontrei uma mulher que estava com uma criança, que parecia ser seu filho. Sensibilizada, acabei comprando um sanduíche para a criança e deixei algumas moedas para a mãe no copinho que ela segura. Ela e o menino definitivamente não falavam francês. A "mãe" ficou tão contente com a oferta que eu fiz, que abriu um tímido sorriso quando pedi para fotografá-la. 
Eu  gostaria de saber o passado dessas pessoas, procurar entender porque elas chegaram até as ruas... mas como existe essa barreira linguística com os imigrantes, fica difícil saber por onde começar. Foi assim quando estive em Malta e fotografei o complexo onde eles vivem quando saem da detenção. Comunicação dificílima. Primeiro pela vergonha que eles sentem na sua condição, segundo por não saber falar nenhuma língua em comum. Finalmente eles acabam sendo acudidos por um ou outro que quer ajudar, mas são poucos que conseguem superar suas dificuldades e crescer igualmente na sociedade em que escolheu viver.


O último que me permiti fotografar hoje foi esse senhor que eu passei quando ia pegar meu metrô na estação Republique. Eu fiquei algum tempo na frente dele, esperando que ele acordasse para de repente oferecer comida, mas da mesma forma que cheguei e parti, ele ficou.


Por Bárbara Veiga.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A Foto do dia!

Decici que vou começar a postar sempre que possível a foto do dia* aqui no "Por Terra, Céu & Mar" para compartilhar um pouquinho do meu "Universo viajante" com o meu Universo Virtual. E para começar, nada melhor que a suavidade e doçura que é Paris, cidade que já morei e visitei mais de dez vezes. Apesar disso, sempre vou ter algo de novo a descobrir e compartilhar.

O que eu mais gosto da cidade iluminada é que por onde quer que eu vá, sempre há uma mensagem que me mostra o quanto o amor é importante. Está nos muros, desenhos, letreiros, vitrines, nos casais que esbarro no metrô... 
Paris transpira amor por seus poros, pela sua música e até mesmo hoje, que é oficialmente o último dia do verão o que mais vejo são corações ! Será um sinal? :)

"The Summer night is like a perfection of thought."
~Wallace Stevens

Passeando pelas ruas decidi dessa vez ao invés de apenas admirar, documentar o AMOR em Paris através das fotografias...  just for fun! :)

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O muro do amor que tem escrito "Eu te amo" em tantos idiomas...

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Coleção da loja Fifi inspirada no tema Amor

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Até Albert Einstein disse: "Love is the answer! ˜:)
 <3 E ao lado do Einstein tem outro gênio...


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Vincent Van Gogh, o meu pintor preferido.

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E no caminho de volta pra casa, no metrô, olha o que vejo? Um casal filipino cheio de amor! E com um pouco de imaginação se vê um grande coração. Reparem os rostinhos colados e as mãos dadas...

*Lembrando que A FOTO DO DIA pode ser feita com qualquer câmera. A idéia é compartilhar uma idéia, um conceito, uma mensagem, etc. As fotos do dia de hoje foram feitas propositalmente com uma pequenina câmera "Lumix/Leica". :) Idéia inspirada pelo fantástico trabalho do renomado David Guttenfelder (um dos melhores fotógrafos da A.P.), que fotografou a guerra do Afeganistão com seu Iphone. 

Por Bárbara Veiga.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Porque Berlin?

No meu flickr, http://www.flickr.com/photos/bvcv/ eu postei recentemente três albuns de fotos da minha viagem a Berlin, apresentando três diferentes temas. O primeiro foi Berl(IN) Love, o segundo Berl(IN) conscient e por útimo o Berlin Life Style.
Berl(IN) Love deixa bem claro que há uma certa dose de amor deixada em todos os cantinhos da cidade, mesmos os mais abandonados. E as mensagem cheias de "love" são das mais variadas! 


Berl(IN) Conscient  é para aqueles que demonstram em sua arte a indignação, insatisfação, o repúdio à ignorância, à violência, à política, etc...


E cheguei no Berlin Life Style porque é impossível não reparar nos detalhes marcantes do dia-a-dia da cidade. Por exemplo, a bicicleta como meio de transporte primordial, a liberdade de se vestir e expressar com seu estilo próprio. A verdade é que Berlin parece que parou no tempo dos astros de rock. Existe uma mistura do estilo punk-rock-ska-fashion que não pode ser visto ou comparado a nenhum outro lugar.



Vocês devem estar se perguntando: "- Ué... mas porque colocar tanto enfoque numa cidade cosmopolita como qualquer outra?"
A resposta é que Berlin me inspirou tanto visualmente e pessoalmente que mesmo com o pouco tempo que estive lá, eu realmente VIVI a cidade cada segundo... fotografando! :)

Através dessa vivência, eu percebi que Berlin foi a única cidade que fui até hoje que não me diz a hora de ir para cama, que não me julga da forma que me visto ou me porto, que não me coloca em uma situação de cobrança perante a sociedade, aquela velha pressão de ser alguém, de ter um nome...


É claro que ainda existe a iminente marca do massacre ocorrido do passado. Tudo que nós já sabemos através da história e memória. A guerra fria que dividia Berlin no meio entre Berlin Ocidental e Alemanha Oriental e aqueles 66 kms do muro que tinham 127 redes eletreficadas com alarme. Isso causou a morte de 80 pessoas identificadas e mais de 200 foram feridas, fora os milhares que tentaram atravessar o muro e acabaram sendo levados ao centro de detenção e sabe-se lá o que acontecia com eles por lá.


A barreira física causou transtornos irreparáveis no modo de ver a vida dos que habitam Berlin. Ainda hoje se vê nos muros da cidade os grafites com críticas tanto para o governo capitalista, como socialista. E foi assim que me encantei com Berlin... onde existe a liberdade de expressão na arte visual não apenas nos muros da cidade, mas também no interior dos prédios...


Nos metrôs berlinenses modernetes se vê uma mistura tremenda de gente de todas as tribos... mas o que mais me chamou atenção foi um senhor que acreditava estar no período da guerra (uma vez que portava seu uniforme). Ele só conseguia sorrir para mim, fazer estripolias com suas pernas e falar em alemão algo que não consegui captar até chegar na hora de desembarcar. Ele finalmente dizia algo sobre minha câmera fotográfica... tradução feita graças à minha amiga Demi! Obrigada Demi!


E para compreender um pouco da vibe no metrô berlinense, uma recordação desse intrépido grupo ...


E eu termino com "Berlin Polemic", quando vi algumas vezes policias levando bêbados, vendedores ambulantes ou desabrigados à prisão. Face desencorajadora do mundo moderno, mas ainda assim com LOVE escrito na parede... como pode uma cidade oferecer tanta intensidade?



Obrigada pela inspiração que você me deu, Berlin! Eterna Berlin, sofrida Berlin e ainda assim, vibrante!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Shetland Islands & minha missão!

Eu precisava esperar um pouquinho para postar aqui no blog a minha missão em Shetland Islands, já que foi um projeto secreto da ONG Sea Shepherd.
Chegando na ilha Lerwick perplexa fiquei. A ilha é realmente um paraíso natural, cheio de vida, movimento e cores. Os pôneis, focas e os pássaros "puffin" são os símbolos da ilha e foi um privilégio poder fotografá-los de pertinho.

O simpático pássaro "Puffin".

Pescadores ao longo da costa da Ilha Noss.

Haviam milhares de pássaros "gannet`s" nestas pedras. Eles vão para lá todo verão para reproduzir, depois voltando depois para o frio... 


E as focas que vieram até o barco para nos visitar!

A missão:

A ONG Sea Shepherd patrulhou nesse verão as Ilhas Faroes, onde existe a tradição de matar baleias piloto, segundo os locais, por pleno "esporte". O crime ambiental é passado de geração para geração e ninguém conseguiu ainda acabar de vez com esse ato de crueldade! A Sea Shepherd então usou o navio "Golfo Azzurro" para investigar o caso e documentar o caso. Os tripulantes estavam todos disfarçados, sem nenhuma camisa ou gorro que identificasse a organização, já conhecida por lutar pelas baleias no Oceano Austral nos últimos 6 anos.

Eu fotografei a preparação do navio e da tripulação antes da travessia de Shetlands até Faroes.
 

Nesse momento o Golfo Azzurro havia um problema na sala de máquinas, então foi preciso auxílio de mecânicos e serviços especializados. O navio foi também reabastecido com água, diesel e suprimentos necessários para a travessia.



A tripulação do "Golfo Azzurro" possui especialistas no caso da Ilha Faroes e bravos ativista dispostos a fazer o impossível para salvar a vida dessas baleias que são mortas injustamente, não importando o sexo, se a fêmea está grávida ou se a baleia é recém nascida.