segunda-feira, 26 de abril de 2010

Steve Irwin tours em New Jersey


-Steve Irwin em New Jersey-

22-04-2010
Dois práticos/ “pilots” chegam a bordo do Steve Irwin às 12h30 levando o navio para o porto de New Jersey. A travessia levou três horas e fomos recebidos por governadores e simpatizantes da Sea Shepherd, que vieram a bordo para uma visita guiada feita pelos tripulantes do Steve Irwin.
Dan, nosso engenheiro, volta a bordo e Merryn, a doutora, passa para uma visita. Megan, a marinheira australiana também retorna, nos acompanhando até o Mediterrâneo.
A Sea Shepherd é realmente uma grande família e estou feliz de poder rever alguns que partiram no fim da “Waltzing Matilda” e voltam para a campanha do atum, a Operação “Blue Rage”. Muitos ainda estão a caminho nesses próximos dias, como o engenheiro Stephen, o piloto Chris e seus assistentes Joshua e Bevin. Então vai ser uma grande festa!


   


Atlantic Ocean

16-04-2010
21˚3964`N/72˚2954`W
Deixamos para trás o “Caribbean Sea” e a condição de navegação está melhor do que ontem.
Ao passarmos a “Great Inagua Island”, “Caicos Island” e “Mayaguana Island” traçamos o norte. Estamos agora oficialmente no Oceano Atlântico(norte).
Em “Caicos Island”, avistamos coqueiros e casas em construção. Apesar da ilha ser território inglês, um helicóptero da guarda costeira americana fez um círculo ao redor do Steve Irwin. Talvez para fotografar a passagem do navio, porém não houve nenhum contato pela rádio conosco.
Também havia um veleiro austríaco no caminho, que parecia estar aproveitando as águas de Caicos e Turks Island.
Mais um aniversário para comemorarmos, dessa vez o marinheiro americano Chad Haltead. Nicola preparou seu menu preferido: hamburguer com batata-frita!(claro!). Para sobremesa, cheesecake vegano com biscoito de chocolate “oreo”.

Navassa Island

15-04-2010
18˚ 26 33`N / 75˚ 01 78`W – Navassa Island
O mar está agitado e decorrente disso, o navio fica vazio quando a meteorologia não é muito favorável. Todos comem menos(quando comem) vão para cama mais cedo.


Ao passar pela Ilha de Navassa, vimos um pequeno barco de madeira com 4 pescadores que tinham a bandeira de Haiti. Eles gesticulavam, como quem quer tirar satisfações...talvez esperavam que fossemos oferecer algo.
Não paramos para tentar contato com eles, continuamos a nossa rota para Nova Iorque.

Panama Canal

12-04-2010
08˚ 48 47`N / 79˚ 32 72`W
A chegada em Panamá foi um sucesso, mas ainda temos o canal para atravessar.
Estamos no momento ancorados na Ilha vulcânica de Taboga, conhecida também por “Ilha das flores”,uma ilha de quatro kilômetros de largura e que fica a 20km da cidade de Panamá. Depois de uma hora, quando terminamos de fazer a entrada do Steve Irwin no país, seguimos até a Ilha Flamenco, que fica próxima a Balboa.

Acompanho a cozinheira Nicola ao supermercado para ajudá-la com os preços e o espanhol. Foi interessante para ver um pouco da cidade no trajeto que fizemos de carro apesar de termos apenas 1 hora.
Às 20hs o piloto chega a bordo e começamos os preparativos do canal. Só ficam acesas as luzes de navegação. Marinheiros vêm a bordo para ajudar com os cabos que conectam com os carros elétricos na transição de blocos na travessia do canal.

Passamos por três blocos: Mira Flores, Pedro Miguel e Lago de Gaton, depois nos aproximando da cidade de Cólon e finalmente fazendo a passagem em direção a Jamaica já em águas abertas.

-Equator Crossing-

08-04-2010
0˚ 07 19`N / 94˚ 17 72`W
Existe uma tradição entre navegadores onde toda passagem pela linha do Equador há uma ceromônia de iniciação, ou seja, batizado para os chamados: “pollywogs” se tornarem “shell backs” - verdadeiros piratas.
A minha primeira travessia foi em 2006 junto ao Greenpeace. O trajeto foi da Amazônia ao Caribe e me lembro ter me divertido bastante. Tive meus olhos vendados, foram feitos ruídos estranhos simulando tortura(como por exemplo ruídos de chicote sendo lançado no chão), piscina de lixo orgânico que precisamos mergulhar, etc. Boas memórias do começo da minha história nos mares.
No Steve Irwin, praticamente toda tripulação é novata, então ajudei o capitão e o engenheiro-chefe a organizar o evento. Cada um que já cruzou o Equador caloborou com a festividade. Erwin foi o“Davy Jones”, Lary, “Henchman” e eu a “Amphitrite”.
Leon e Brent tentaram escapar da cerimônia fazendo resistência e se escondendo pelo navio. Mas naturalmente eles foram encontramos e encaminhados para o processo de toda brincadeira! Ninguém pode escapar do Rei Netuno!

Os tripulantes foram iniciados de acordo com a tradição, mantendo os olhos vendados durante todo o ritual, que começou com o mergulho na piscina de lixo orgânico, depois recebendo um suco verde-limão e farinha na cabeça. Logo em seguida, lançamos a mangueira diretamente no “pollywog”, que depois vai ao encontro do Netuno(o capitão) na proa do navio.

A fase final da cerimônia é quando o novato precisa fazer um “ear print” no seu certificado e tomar uma dose que leva uma engraçada mistura de rum com sucos diversos, dando um sabor que fez todo mundo sair com cara torta.

Tivemos uma parada em pleno alto mar para um mergulho de 1 hora, o famoso e tão esperado “Swim stop” na água tão clara do oceano pacífico. Já fazia alguns meses que eu não nadava em alto mar por tanto tempo! Bem, eu dei um pulo na Antártida, mas não considero o mesmo. Eu nem tinha roupa de mergulho e a temperatura da água era menor que zero grau celsius, então na verdade foi apenas um pulo. Dessa vez foi um mergulho de verdade!

No fim do dia, Nicola preparou nosso primeiro churrasco a bordo do Steve Irwin. Cachorro quente a base de soja e salada. Escutamos “sailor songs” e celebramos esse dia tão especial.

Fish Trap



07-04-2010
01˚ 45 07`S / 97˚ 59 97`W
Parecia uma calma e rotineira manhã de plantão, quando avistamos de longe um objeto de cor escura flutuando há poucos metros do Steve Irwin. Alguns pássaros rondeavam essa possível bóia, então decidimos mudar o rumo e ver de perto o que era de fato.

Quando nos aproximamos, vimos a bóia quadrada preta feita de plástico PVC e bambu(3mx2m). No topo da bóia havia um transmissor via satélite e no fundo, uma rede de pesca que media 12 metros. Coletamos o pesado transmissor que deve valer mais de U$ 10mil dólares para o navio e na rede que estava conectada. Na rede, havia um tubarão bebê morto de 1.4m(espécie típica de Galápagos).

Lançamos o tubarão morto de volta ao mar e um dos nossos engenheiros levou o transmissor para a sala de máquinas para ser aberto e desmontado, , anulando a transmissão para os barcos de pesca.
O cano de água foi acionado para teste e essa foi uma boa maneira de começar o dia, cheios de atividades acontecendo !

-Henderson Island-

31-03-2010

24˚ 26 09`S / 128˚ 20 62`W
Às 8hs da manhã avistamos “Henderson Island”, que foi descoberta pelo navegador português Pedro Fernandes de Queirós.


Pássaros como fregatas estão por toda parte e vimos até mesmo uma “praia” com areia branca. Infelizmente não temos tempo para mais uma parada, e para compensar, recebemos de presente um arco-íris magnífico que pousou diretamente na água do Oceano Pacífico cobrindo todo céu.


-Pitcairn-

30-03-2010

25˚ 03 25`S / 130˚ 07 40`W
Finalmente chegamos na Ilha de Pitcairn. Mais conhecida como a casa dos descendentes do “Bounty” e os nativos de Tahiti que os acompanharam. Mais de 2000 livros foram escritos sobre a interessante e polêmica história da Ilha. Arqueólogos acreditam que os polinésios estavam vivendo em Pitcairn desde o século 15.

Ancoramos das 16h35 às 19h20. As condições estavam perfeitas e finalmente encontramos um lugar seguro para ancorar em nossa rápida parada. Brisa leve, sol raiando e coqueiros por toda parte. Fizemos contato com o rádio e depois de alguns minutos um barco chamado “Moss” se aproximou do Steve Irwin. Imediatamente fomos recebidos pelos locais com fartura. Fomos sobrecarregados de frutas (mamões, jacas e bananas) e vegetais plantados na ilha. Tamanha generosidade! Nicola, nossa atual cozinheira, ofereceu em troca enlatados e produtos que poderiam ser úteis para os locais.

Vieram a bordo alguns nativos curiosos e o policial para fazer entrada dos tripulantes na Ilha. Mal pude acreditar que finalmente tivemos o privilégio de visitar a histórica Pitcairn. A vista é maravilhosa. Existe uma variedade de cores impressionantes. A profundidade da água é de 25 metros e ainda assim eu consigo ver os recifes no fundo do mar. Tamanha claridade desse oceano.


Dois homens locais ao me verem fotografando, se aproximaram e falaram que antigamente eles precisavam esperar seis meses para que eles recebessem reveladas as fotos que eles tinham tirado com suas cameras. Esse era o intervalo em que um barco vindo da Nova Zelândia passava pela ilha trazendo suprimentos. Imagine, só? Depois de seis meses você de repente nem lembra mais o que fotografou... ou então morreria de ansiedade que levaria ao desânimo.
Os mesmo sujeitos que me abordaram, depois riam felizes ao mencionar a nova tecnologia de fotografia digital. Complementaram: “ Agora é tão fácil...clicou, saiu na telinha”.
Conheci pessoas que nunca deixaram a ilha desde que nasceram, outras que foram para a Nova Zelândia para explorar algo novo (a maioria para estudar) e decidiram voltar. Muito interessante em pensar na vida limitada e simples que essas pessoas levam. Às vezes acho que para pessoas que vem da cidade, assim como eu, temos mais do que precisamos realmente. A vida também pode ser muito especial com pouco.
Deixamos Pitcairn quando o sol de pôs, renovados e prontos para seguir navegando pelo mágico oceano com nossa missão de levar o Steve Irwin em segurança pelos países que precisamos parar e seguir com a próxima campanha(do peixe ameaçado de extinção, o atum de barbatana azul).